domingo, 14 de dezembro de 2014

Um funcionário frustrado pode fazer uma empresa falir.

Foto: Arquivo Google
Um funcionário insatisfeito
já o bastante 
para levar uma pequena ou grande empresa 
à falência.

Assim como o proprietário da empresa em relação a todos os funcionários, também todo líder de todos setores da empresa precisam ter muito cuidado quanto ao seu relacionamento com os funcionários - inclusive os de outros setores. Um funcionário insatisfeito com o salário ou as condições de trabalho pode simplesmente pedir demissão, pensar em mudar de emprego, mas seu descontamento pode também gerar um estado de inquietação e frustração. Quando isto acontece, ele pode se tornar extremamente perigoso para toda a empresa, seja qual for o porte desta ou em que tipo de mercado ela atua.
Quer você acredite ou não, eu já vi isto acontecer várias vezes. Um profissional frustrado se sente explorado pela empresa. Ele a vê como uma entidade que enriquece à custa de seu trabalho sem que ele seja reconhecido por isto. Não são raras as vezes em que essa frustração se alia à falta de caráter, e o profissional nessa condição busca tirar vantagens de toda situação que surgir apenas para favorecer sua condição individual. Já vi, por exemplo, motoristas de empresas, insatisfeitos com suas condições, em viagens a trabalho, pedirem comprovantes de abastecimento em postos de combustíveis sem abastecer o veículo. Porém, casos assim, no entanto, são os menos graves para as empresas. Muitos funcionários assim apresentam notas fiscais superfaturadas e utilizam cargos e posições estratégicas na empresa empresa em benefício próprio, seja por recebimento de propinas, através de acertos de contratos fraudulentos ou qualquer outra atitude sem se importarem com o que isto poderá causar a colegas de trabalho ou a toda a empresa.
Esses fatos tem sido confirmados através de investigações que tem sido feitas nas empresas, muitas delas a pedido dos próprios empresários preocupados com o significativo aumento de golpes contra elas nos últimos 20 anos. A preocupação dos gestores empresariais se relacionavam principalmente às consequências que esses golpes poderiam trazer para seus negócios, mas eles acabaram descobrindo que seus maiores inimigos eram seus próprios parceiros, principalmente funcionários insatisfeitos - e evidentemente desonestos.
Especialistas em investigações de perdas por fraudes dizem que, no Brasil, o problema chega a atingir até oito por cento do faturamento, mas mais de 80% desse valor são causados por fraudes internas. Ou seja, contam com a participação de funcionários da própria empresa. Isto evidencia que os principais suspeitos (não necessariamente culpados, mas pelo menos suspeitos) são os funcionários que ocupam os chamados "cargos de confiança" - tanto nas empresas particulares como nas organizações governamentais - pois estes tem maior facilidade de acesso a informações da instituição que nem todo funcionário tem. Entretanto, o fato de um funcionário saber que outros funcionários tem acesso a informações que ele não tem o faz sentir-se, em muitos casos, injustiçado, e isto também o torna suspeito. Ou seja: de um lado, a empresa ou organização tem como suspeito o funcionário de um cargo de confiança, pois este conta com uma vantagem enorme por conhecer detalhes preciosos do sistema operacional da instituição. Do outro, há funcionários que não tem acesso tão fácil a tais informações, mas nada garante que eles não se unam aos que o tem para obter vantagem através de atos de corrupção, favorecendo-se através de desvios de valores e mercadorias, benefícios indevidos nas vendas, compras superfaturadas, etc. 
Ao mesmo tempo, os funcionários de cargos de confiança podem vender informações confidenciais para concorrentes, enquanto funcionários de qualquer cargo podem roubar mercadorias e valores, desviar clientes ou negócios, gerar conflitos de interesses sobre a formação de balanço e cálculo de participações, etc. Porém, se você acha que a escolha de pessoas por grau de parentesco para ocupar cargos de confiança pode ajudar a diminuir o problema, muitos casos ocorridos no Brasil nos fazem crer que isto nem sempre é verdade. Já foram registrados muitos casos em que as fraudes forma cometidas por diretores que eram filhos dos proprietários, e que contaram coma participação de porteiros, garagistas, etc. 
A maioria dos empresários só descobre o problema depois das empresas terem grandes prejuízos. Por isto, são necessárias medidas antes que os fatos ocorram. Ou seja, medidas preventivas. Os especialistas mais experientes, inclusive advogados, aconselham que sejam desenvolvidos controles internos, mapeamento de processos, registro de acesso a documentos e informações confidenciais, controle de senhas a sistemas de informática, bloqueio de todos os softwares e sites que possibilitem transferências de arquivos, monitoramento de e-mails, elaboração de contratos de confidencialidade e realização de auditoria financeira.
Também são aconselhadas medidas repressivas. Entre estas destacam-se medidas para ingresso de ação de reparação de danos contra ex-sócios e/ou funcionários que por qualquer motivo tenham utilizado informações confidenciais indevidamente. É claro que tais medidas só podem ser tomadas se houver provas de que essas pessoas realizaram atos assim, mas essas provas nem sempre são fáceis de ser obtidas. Isto ressalta a importância das medidas de prevenção, mesmo que tenham alto custo inicial, pois elas elas são primordiais para evitar prejuízos muito maiores.
Na verdade a melhor de todas as medidas preventivas para evitar todo tipo de problema ainda é o melhor relacionamento possível com os funcionários, fazendo-os perceber que eles são importantes para a empresa. Funcionário satisfeito é funcionário com auto-estima elevada, mais confiante inclusive em si mesmo. O funcionário que se sentir menos valorizado do que outros - ou outro - se sente desmotivado e, com isto, sua capacidade de produção cai muito. Uma prova disto? O índice educacional do Brasil ainda está entre os 15 piores do mundo, e uma das razões disto é o baixo nível salarial dos professores, o que faz com que a maioria deles se sinta desvalorizada e, consequentemente, desmotivada para cumprir sua missão. 

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